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sábado, 18 de agosto de 2012

A RIFA DO CAVALO MORTO

Versão de Um Causo Popular por  Ricardo Ségio

Havia numas terras lá para os lados de Minas, um sitiante que enfrentava sérios problemas financeiros. Assim, quase sem nada para comer, disse a sua mulher:
— A solução é nóis vendê o Ventania. Vou inté o sítio do cumpadi Glacindo oferecê nosso cavalo.
O caboclo, então, com muito carinho e com água nos olhos, encilhou o Ventania, montou e partiu a todo o galope para o sítio de seu compadre.
O dia já se ia quando os compadres conseguiram acertar um preço para o Ventania: 200 contos. Ficou combinado que Glacindo buscaria o cavalo, logo que arrumasse novos arreios, o que não passaria de dois dias.
Dito e feito. Passado dois dias, Glacindo, na carona de um viajante motorizado, desce na porta do compadre:


— Conformes o combinado vim buscá o Ventania.
— Cumpadi, ocê me discurpa, mas o Ventania morreu.
— Morreu?
— Morreu.
— Bão, sendo assim, intão, ocê me devorve o dinheiro.
— Apois cumpadi, tava necessitado e gastei tudo.
— Intão cumpadi, vou levar o cavalo.
O caboclo ficou todo atrapalhado e perguntou:
— Mas o que ocê vai fazê com um cavalo morto?
— Vou rifá.
— O cavalo morto?! Quem vai querê?!
— Ué! É só eu num falá que ele morreu!
“Isso não pode dar bom resultado”, pensou o caboclo, mas ficou quieto.
E foi que o compadre Glacindo levou o Ventania para o sítio.
Passado um mês, os dois se encontraram e o caboclo que era dono do cavalo pergunta:
— Ô cumpadi, e o Ventania?!
— Rifei. Vendi 400 biete a 2 conto cada. Consegui 798 conto.
— Eita! E ninguém reclamou?
— Só o homi que ganhô.
— E o que ocê feiz?!
— Ora, devorvi os 2 contos pra ele!
Salve-se quem puder! ®Sérgio

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